Luxação no quadril: quais as causas
A luxação no quadril é uma condição ortopédica grave que ocorre quando a articulação do quadril é deslocada de sua posição normal, resultando na separação das superfícies articulares.
Esse tipo de lesão pode ser provocada por diversos fatores e, geralmente, causa dor intensa e limitação dos movimentos.
Nesse sentido, é essencial entender as principais razões por trás da luxação no quadril, considerando fatores traumáticos, anatômicos e patológicos que podem desencadear esse problema.
Dessa forma, é possível adotar medidas preventivas e estratégias de tratamento mais eficazes, contribuindo para a preservação da saúde e funcionalidade da articulação do quadril.
O que é a luxação de quadril?
A luxação no quadril caracteriza-se pelo deslocamento da cabeça femoral do acetábulo, resultando na perda da posição anatômica correta da articulação.
Este quadro, embora não seja comum, é considerado grave e demanda atendimento médico imediato, especialmente quando ocasionado por traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos, motociclísticos ou quedas significativas.
É importante saber que existem diferentes tipos de luxação de quadril, classificados conforme a posição da cabeça femoral no momento do trauma.
A determinação do tipo de luxação depende de fatores como a posição do quadril no momento do incidente, a intensidade e direção da força aplicada, bem como a possibilidade de fratura associada.
Dessa forma, os tipos de luxação incluem:
- Flexão, adução e rotação interna: podem resultar em luxação posterior, frequentemente sem fratura associada;
- Flexão parcial, adução parcial e rotação interna: podem gerar luxação posterior, eventualmente acompanhada de fratura;
- Extensão, hiperabdução e rotação externa: tendem a causar luxação anterior.
De modo geral, a luxação posterior é a mais comum, afetando de 10% a 14% dos pacientes, e tem possibilidade de causar lesão do nervo ciático.
Quais são os sintomas dessa condição?
Os sintomas característicos de uma luxação no quadril incluem:
- Dor intensa na área do quadril;
- Edema (inchaço);
- Manchas roxas;
- Encurtamento perceptível do membro afetado;
- Rotação anormal do joelho e do pé para dentro ou para fora;
- Restrições na mobilidade ou adoção de posturas fixas;
- Dificuldade de suportar o próprio peso.
Quais as complicações associadas a uma luxação no quadril?
A luxação do quadril, quando não tratada adequadamente, pode acarretar diversas complicações, entre as quais as mais prevalentes são:
- Necrose da cabeça do fêmur;
- Artrite, com consequente dor e limitação de movimentos;
- Lesão neurológica; impactando a sensibilidade e a função motora da região afetada;
- Ossificação heterotópica, interferindo na função articular e comprometendo a mobilidade;
- Luxação reincidente.
Assim, diante dessas possíveis complicações, torna-se evidente a urgência de intervenção rápida nos casos de traumas na região do quadril, visando um diagnóstico preciso e um tratamento adequado para prevenir ou minimizar esses desdobramentos.

Como diagnosticamos a luxação no quadril?
Estabelecemos o diagnóstico da luxação do quadril por meio de uma abordagem abrangente, utilizando informações da história clínica, exame físico ortopédico e exames complementares.

Dada a variação na posição do membro inferior - dependendo do tipo de luxação do quadril - é fundamental investigar de forma detalhada as posturas fixas da articulação e a presença de bloqueios na mobilidade, que podem ser indicativos da presença de corpos intra-articulares.
Além disso, considerando que os pacientes frequentemente sofrem luxações do quadril como resultado de acidentes de alta energia, é imperativo avaliá-los como vítimas de trauma múltiplo.
Nesse contexto, a avaliação de outros sistemas torna-se essencial para excluir lesões em órgãos adicionais.
Isto se justifica pelo fato de que, em cerca de 95% dos casos, pacientes com luxação do quadril apresentam lesões associadas.
Assim sendo, fica claro que agir com celeridade nos casos de traumas na região é crucial para realizar o diagnóstico e tratamento apropriados.
Como tratar a luxação de quadril?
Inicialmente, busca-se realizar uma redução incruenta no centro cirúrgico, em caráter de urgência.
A redução incruenta é um procedimento fechado que visa corrigir desvios nos ossos ou articulações por meio de manobras ortopédicas específicas.
Na eventualidade em que a redução incruenta não seja viável, recorre-se à realização de uma redução aberta.
No entanto, é importante destacar que a redução incruenta não deve ser tentada em casos de fratura femoral ou quando a presença de fraturas no membro inferior compromete as manobras de redução.
Adicionalmente, durante a cirurgia, conduzimos um teste de estabilidade dinâmica com radiografia para avaliar as condições da articulação do quadril.
Então, após a redução bem-sucedida na fase aguda, o paciente é submetido a uma reavaliação, incluindo a obtenção de novas radiografias e tomografia, para uma análise mais aprofundada das condições da articulação do quadril.
Devemos lembrar que, quanto menor o tempo de luxação, melhor o prognóstico do paciente, a saber:
- Menos de 6 horas da luxação – 2 semanas sem carga total e a necrose avascular da cabeça do fêmur fica em torno de 0-10%;
- Mais de 6 horas de luxação – 8 a 12 semanas sem carga total e a necrose avascular da cabeça do fêmur pode chegar a 40%.
Essa abordagem abrangente visa assegurar a eficácia do tratamento e contribuir para a recuperação adequada do paciente.
Sendo assim, em caso de acidentes que resultem em forte dor no quadril, não deixe de procurar imediatamente o atendimento médico.
Isso pode fazer toda diferença na sua qualidade de vida e bem-estar!